23.4.09

Cinzas flores

A hora que se desencarna exausta,
nas cinzas carbônicas do imperfeito
pensamento, e do que trago ao peito,
firmamento, inspiração infausta.

Um trago ou dois nas cousas do ar alheio,
paladar e órbitas nu'm amargo,
Q'ofereço ao mundo no hostil trago,
dos pulmões ao nasal, que no ar permeio.

As tais cousas cinzas e silenciosas,
dos lugarejos emudecedores,
construções de idéias tão arenosas.

Os eus perambulando aos arredores,
( os eus de mim, as cousas desgostosas. )
expirando um buquet de cinzas flores.

_

Nenhum comentário: