Ascendo ao mais doce ar primaveril,
Folhas mortas que deixam o chão mais terno,
São o tumulo esverdiado do inverno,
São o rastro deste belo, porém vil.
Descendo da terminação carbônica,
Circulações e nervos oxidados,
Aperto contra os dedos atrofiados,
Flores mortas da primavera harmônica.
E em cada gole dos pés contra o solo,
Passadas graves no rosto da vida,
Pés sujos com os quais seu rosto esfolo.
E em cada florir vejo a despedida,
Em cada ramalhete o desconsolo,
Por meu ar, passos, por minha partida...
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19.12.09
14.12.09
Orbitário
Durmo, e em meu sono já tão pesado,
Meto as órbitas contra os céus das pálpebras.
E indolente, vou com palavras naufragas
do mar de mim a além do céu trincado.
Durmo, mas meu descanso já me cansa
Ao marasmo das horas encrespadas.
Meio a luta que travo sem espadas,
Sem escudos contra a minha alma mansa.
Durmo, mas quem repousa além de mim?
Quem pousa o aval do sim, o amém?
Quem permite seja um meio fim?
Aquem. - durmo além dos meus medos.
Longe: Da órbita dos meus pensamentos,
Da gravidade longinqüa dos dedos.
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Meto as órbitas contra os céus das pálpebras.
E indolente, vou com palavras naufragas
do mar de mim a além do céu trincado.
Durmo, mas meu descanso já me cansa
Ao marasmo das horas encrespadas.
Meio a luta que travo sem espadas,
Sem escudos contra a minha alma mansa.
Durmo, mas quem repousa além de mim?
Quem pousa o aval do sim, o amém?
Quem permite seja um meio fim?
Aquem. - durmo além dos meus medos.
Longe: Da órbita dos meus pensamentos,
Da gravidade longinqüa dos dedos.
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